Revista do Colóquio N. 24

Texto de Rodrigo Hipólito

Apresentação da Revista do Colóquio, volume 14, número 24, dez. 2024.

Capa da edição da revista. Impressão de foto em tecido. Uma criança de pé, no chão, e outra no colo de uma mulher. Há uma silhueta branca de outra pessoa adulta do lado esquerdo da mulher. Acima, logo da revista, seguido de Revista do Colóquio de Arte e Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Espírito Santo. Volume 14, número 24, dezembro de 2024. No canto inferior direito, créditos da imagem: Ana Carolina Follador, da série “a primeira vez que acreditei que você me amava foi em um dia nublado que nunca chegou” , 2024. Impressão de foto em tecido. Cortesia da artista.

Nas últimas edições da Colóquio, temos adotado o sistema de recepção de originais em fluxo contínuo e com temática livre. Isso propicia uma maior variedade e atualidade dos trabalhos publicados. Além disso, a temática livre é condizente com um dos principais objetivos desta revista: abrir espaço para a publicação de resultados de pesquisa da graduação e da pós-graduação. Como editor, tal prática torna-se gratificante, dada a variedade de propostas, objetos de estudo, metodologias, origens e estilos de escrita com os quais posso entrar em contato. Esse enriquecimento carreia os desafios dos processos de avaliação. Quanto mais variados e em maior número são os trabalhos recebidos, maior a complexidade para o entendimento das análises e a verificação das fontes.

Aos poucos, o periódico iniciado para dar visibilidade às comunicações apresentadas no evento anual dos alunos do Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Espírito Santo ganhou vida própria. Há anos, recebemos, avaliamos e revisamos resultados de pesquisa realizadas em diversas instituições nacionais. A despeito de tal transformação em sua linha editorial, a Colóquio não se desvincula do andamento do PPGA-UFES. Desse modo, a presente edição deixa nítidas algumas consequências positivas da abertura de nosso doutorado em Artes, no primeiro semestre de 2024.

Na edição de número 23, já havíamos percebido o aumento significativo no número de trabalhos recebidos. Ainda assim, para a chamada que deu origem a esta edição, a quantidade de propostas enviadas extrapolou em muito nossas expectativas. Isso se reflete tanto no ritmo do fluxo de trabalho quanto na extensão da edição. Com vinte e uma propostas, entre artigos, relatos de experiência e ensaios visuais, a Colóquio 24 difere-se da maioria dos números que já publicamos.

Embora possa parecer uma fala vazia, gostaríamos de dispensar um tratamento ainda mais cuidadoso com avaliações e revisões, de modo que todos os trabalhos recebidos – e que atendam ao nosso escopo – pudessem gerar uma publicação. Apesar de isso não ser possível, insistimos para que as propostas recusadas sejam novamente enviadas para futuras edições.

Dado o surpreendente número de textos recebidos, a edição de número 24 não apresenta seções de resenhas e traduções. Nossa expectativa, para o próximo volume, é que possamos manter essa demanda por avalições e retomarmos a publicação dessas seções. Para isso, é provável que realizemos algumas alterações em nossas diretrizes para autories, assim como em nossos arquivos modelo.

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A manutenção de publicações especializadas na área de artes, como a Colóquio, em diálogo com outras áreas das humanidades, é de fundamental importância para o avanço do conhecimento interdisciplinar. As artes são um campo que dialoga com história, filosofia, sociologia, antropologia e literatura, entre outros saberes. Essa troca possibilita uma compreensão ampliada dos fenômenos artísticos, inserindo-os em contextos culturais, sociais e políticos mais amplos. Assim, revistas que promovem esse tipo de interação contribuem não apenas para o desenvolvimento acadêmico das artes, mas também para a formação de uma visão mais integrada das humanidades.

Além disso, a interdisciplinaridade enriquece a produção artística e acadêmica ao permitir que pesquisadores de diferentes áreas compartilhem perspectivas e métodos. Estudos que combinam artes visuais com filosofia estética ou ensaios que abordam o cinema sob o viés da história cultural, por exemplo, ampliam as possibilidades analíticas e criativas. Por meio de publicações especializadas, é possível divulgar essas abordagens inovadoras, fomentando debates e abrindo caminhos para novas investigações que ultrapassem fronteiras disciplinares tradicionais.

Por fim, ao manter esse diálogo ativo, revistas como a Colóquio garantem um espaço valioso para trabalhos que não apenas refletem sobre as artes, mas as conectam a questões contemporâneas cruciais, como direitos humanos, sustentabilidade, mudanças climáticas, dissidências político-sociais e transformações tecnológicas. O presente número reafirma esse compromisso, oferecendo uma ampla variedade de artigos, ensaios visuais e relatos de experiência que traduzem a vitalidade e a pluralidade do campo. Convidamos, assim, a mergulhar nas reflexões propostas nesta edição e a aproveitar a leitura como um momento de encontro entre saberes, experiências e perspectivas. Boa leitura!

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