Livro-ornamento como caixa de imagens-joias para Ariadne, por Dionísio.

Era nada mais que um engano. Ele não se incomodou realmente em descobrir o erro em seu nome autointitulado, por mais que a imprecisão de poucas letras pudesse torná-lo um Deus ou um mortal. Questionou-se, por alguns instantes se Dionísio deveria tornar-se Dioniso, como aparece nas boas gramáticas. Deveria levar a sério uma boa gramática ao invés de sua vontade? Seria Dioniso caso fosse um Deus, mas, como humano, seria Dionísio, um nome dado em homenagem à Dioniso. Pareceu-lhe justo continuar humano e, ainda assim, dionisíaco. O mais importante era a permanência de Ariadne como aquela que porta seu nome.

Apesar do engano, feito há tempos e hoje descoberto, o presente dado à Ariadne continua a ser o ornamento de uma memória vivida. A caixa de imagens-joia carrega a construção de memórias por imagens e pelo corpo da letra datilografada. As imagens presentes neste livro são folhas soltas, de 09 x 09 cm, e não 10 cm. Um quadrado de 10 seria ilusoriamente mais completo. Folhas soltas não se completam, elas voam, se agarram nos galhos, penetram na terra, perdem a cor, viram farelo, voam aleatoriamente. As imagens de memória e construção de novas vivências são acompanhadas de títulos inventados em menos de 3,46752347 segundos e datilografados num tempo muito maior. Mas esta linguagem poética nada mais quer dizer que a convivência criativa transforma mitos em outras produções que nomeamos de arte. Uma jornada, talvez, mas sem heróis, sem heroínas.

 

 

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