Texto de Fabiana Pedroni e Rodrigo Hipólito
Rodrigo: Este texto quase não existiu. Fabiana se lembro (ontem?) de que hoje é o aniversário do Nota. Uma parte de mim gostaria de dizer que nós planejamos cada passo dos trabalhos que aparecem aqui, o que não seria verdade. Outra parte de mim (bem mais expressiva) sabe que é muito mais interessante que aquilo que escrevemos e produzimos seja reflexo do que acontece no correr da vida. Eu deveria inserir um parágrafo neste ponto da escrita e começar a elencar algumas das produções que você pode encontrar por aqui. Mas, acontece que eu encontrei essa postagem agendada e ainda vazia e decidi que talvez fosse interessante começar o texto e esperar para ler o que Fabiana escreverá (será que escreverá?) a seguir.
Fabiana (até já inseri o nome dela com dois pontos) (depois esperei três dias, pois ela estava ocupada): Eu me lembrei do aniversário, porque estava na agenda. Mas, não me lembrei do que pretendia escrever quando fiz o agendamento. Minha avó com Alzheimer no médico: “Por que a senhora veio hoje?”, “Eu não me lembro”. Certeira. Talvez eu quisesse dizer o quanto o Nota é importante na nossa produção, porque é nele que nascem ideias e pra onde pesquisas vão descansar. Talvez eu quisesse dizer muitas coisas sobre trabalho colaborativo e sobre processo criativo, mas, eu estava ocupada nos últimos três dias. Mesmo agora, sentada na sala a escrever, vejo minhas plantas perderem o verde vibrante para exibir um amarelo doentio que tento não achar bonito. Várias manchas nas folhas que começam pelo centro, amarelas, expandem para um tom de fogo amarronzado, até chegar no caule e ela cair, já sem vida. É neste momento que começo a me perder em pensamentos diários e espero Rodrigo inserir algo poético que me puxe pra realidade artística (aquela que sempre estamos, mas nem sempre percebemos).
Rodrigo (também já inseri o nome dele com dois pontos e esperarei que ele consiga escrever, apesar do calor): Daí alguém pode me perguntar: mas que raios seria “inserir algo poético”? Sem complicações! O que costuma acontecer, quando Fabiana entra na espiral de suspirar-observar a realidade-suspirar, costuma ser só a ausência de um título estranho para organizar as ideias ou a necessidade de relembrarmos que os processos abertos são sempre mais leves.
Para mostrar como processos de construção abertos podem ser mais leves, segue uma captura de tela:

Captura de tela de conversa no aplicativo Telegram. O perfil de Fabiana Pedroni ri e diz: “prontinho… coloquei lá no nota a continuação rs eu até ia somar o podcast que fizemos sobre o nota, de trabalho colaborativo, mas, não coube ali ainda”.
E assim aparece a indicação para o NPT S02E10 – Processo de Criação como Processo de Pesquisa. Ao inserir esse link e pensar no comentário anterior de Fabiana, já pensei se não valeria a pena um episódio complementar sobre “processo de criação como um chão para a vida”.
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