Recorte do trabalho “Untitled 359”, de Cindy Sherman, de 2012. Fotografia de mulher branca com intensa maquiagem que remete à velhice, com lábios destacados e cabelo armado com muito fixador.
Transcrição do podcast Não Pod Chorar 36: Como envelhecer em barril de carvalho
Apresentação
Olá! Tá começando mais um Não Pod Chorar. Eu sou a Fabiana Pedroni e este é um derivado do Não Pod Tocar. Aqui, nós contamos algumas desventuras da vida e pensamos em modos criativos de tentar lidar com elas.
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Agora chega de recados iniciais, bora lá pro episódio que vou falar sobre envelhecer. E não é de envelhecer mal, não, é pra gente envelhecer devagarinho e gostoso, maturando em barril de carvalho.
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Há uns meses, participei, como professora avaliadora, de uma banca de TCC, de um trabalho muito sensível sobre arte educação. Durante a finalização do encontro, abrimos espaço para quem quisesse dar os parabéns para a aluna recém graduada. Foi aí que conheci uma figura marcante, o seu Bianchi. Seu Bianchi elogiou a aluna que era, na verdade, sua professora. Quis demonstrar seu afeto e usou a seguinte frase:
— Meu corpo tá um bagaço, mas meu cérebro… — disse Seu Bianchi, gesticulando um sinal de explosão com as mãos próximas à cabeça.
Os cabelos brancos e a pele envelhecida de Seu Bianchi diziam mais que a sua admiração e afeto pela educação em artes ao elogiar sua professora Luciana. Conversar, estar junto, criar vínculos não é simples, nem imediato. Conhecer é cultivar um jardim em que você não sabe quais tipos de sementes estão colocadas na terra, mas, mesmo assim, cuida para que todas germinem.
A explosão no cérebro de Seu Bianchi foi a linha que costurou outras narrativas do dia. Tem aqueles dias em que você ouve muito, pensa muito e, então, aparece um gesto na sua frente que te leva a dizer:
— Nossa, sim! — essa é a costura.
Desde o início de minha atuação na educação, tive uma preocupação com aquilo que esquecemos ou deixamos de lado. Nas artes e no mundo de forma geral, a criatividade (e a proatividade, ou some aqui qualquer palavra que caiba entre o gênio artístico e o empreendedorismo coaching) é uma qualidade trancafiada na juventude. Às vezes, ela aparece na infância, mas é comum interpretá-la como coisa de criança arteira e, logo, cai-se em um sentido negativo ou tende-se para uma criatividade idealizada de pequeno jovem e não-criança. Tão prodígio!
Ser bonito é ser jovem; para ser criativo tem que ser jovem; para ser artista, é bom que seja jovem; se for velho, a arte tá velha e já não serve mais. O que uma pessoa com mais de 40 anos cria, artisticamente, será jogado numa gaveta de cômoda véia, juntos dos panos de prato e paninhos de retalho. Pode ser até que essa gaveta receba uma etiqueta de “Artesanato”, para garantir que nada do que seja ali jogado corra o risco de ser encarado como criativo, de valor estético e artístico. Como se os panos de prato não fossem maravilhosos.
Falo dos 40 anos quando estamos dentro de curso superior em artes. Quando o artista já é reconhecido, já possui um status social que o legitima como artista, ele não envelhece, sua produção está diretamente relacionada à uma cristalização de sua juventude. Quantas vezes, nos últimos 3 anos, nos espantamos com a morte de artistas famosos nas décadas de 1970 e 1980, que jurávamos que ou já estavam mortos ou que permaneceriam jovens para sempre, pela circulação de suas obras? Foi assim com Nelson Leirner, falecido aos 88 anos, em 2020, pode ser assim com Cláudio Tozzi ou outros nomes que encontramos nos livros de história da arte.
Durante a minha graduação em Artes Visuais, vivenciei situações que impactaram diretamente em como penso a produção em Arte e a Arte Educação. Não faltam exemplos que colocam a Arte o mais distante possível para pessoas acima dos 40 anos.
Na aula de desenho, o professor passava pelas mesas avaliando o processo dos estudantes. Na minha mesa, a de jovem de 20 e poucos anos, mulher, branca:
— Fabiana, esse seu traço precisa melhorar aqui e aqui. Pegue estas referências aqui, folheie estes livros. Viu a sombra? É aqui que você precisa se dedicar para dar maior volume nas suas imagens. Depois quero conversar com você sobre um projeto que acho que vai te interessar.
Próxima mesa: Teresinha, senhorinha de cabelos brancos com seus mais de 70 e tantos anos.
— Oi, Dona Teresinha. E os netos, estão bem? Tá bem bacana esse desenho aí. Continue assim.
Próxima mesa: Beth, funcionária de banco aposentada, na faixa dos 50 e poucos anos.
— Beth, cuidado que daqui a pouco esse seu desenho vira um quadrinho de paisagem. Eu encontrei seu filho ontem na rua, muito inteligente ele, parabéns!
Nem é preciso muito esforço para perceber as consequências da separação entre arte e artesanato, ou melhor, Arte, com A maiúsculo, e artesanato com a minúsculo. Não precisa nem mesmo estar no Mundinho da Arte para perceber essa separação zombeteira. Antes mesmo de pisar numa sala de aula na graduação em artes, estas mulheres já eram classificadas como mães e avós, antes de qualquer outra coisa.
A ocupação histórica e colonizada da mulher como produtora de artesanato cria esse espaço de julgamento e esquecimento. Não importará os motivos pelos quais uma mulher na terceira ou quarta idade entra na Universidade, ela sempre será encarada como aquela que quer estudar porque os filhos saíram de casa – a síndrome do ninho vazio. É a eles, os filhos, que toda a sua imagem de sujeito é subjugada e que toda a sua produção é destinada. Se você, mulher, desenha, se você pinta, se você faz qualquer coisa, deve ser para a sua família.
Quando minha mãe, com mais de 50 anos, se interessou por performance, foi um caos para a Universidade. Como ela iria pendurar a performance, linguagem contemporânea, em uma moldura?
Hoje retornei a uma de suas performances mais marcantes para mim, “Hi, tecnologia”. Aos 53 anos, Angélica Pedroni, veste uma blusa branca social, saia e sandália de salto. Cabelos soltos, senta-se em um banquinho na frente de uma televisão posta sobre um pedestal branco. Na base do pedestal, uma série de ferramentas: martelo, formão, furadeira, e na direita, um pouco distante, um motosserra. A artista assiste a televisão, levanta-se, analisa a parte de trás da tv, como se buscasse o tubo catódico. Mas ela é plana, fina e grande. Então ela pega um martelo e o formão, bate na base da tv. Não satisfeita, pega a furadeira e fura a base. Vai testando, analisando aquela coisa que está a sua frente, nos faz pensar o que uma televisão significa para nós. Não satisfeita, ela pega a motosserra, liga, bate na lateral da tela e corta o banquinho que estava sentada. Não, a motosserra é elétrica demais para a pulsão do corpo. Ela chuta tudo pra longe e com um porrete de madeira, espanca a tv. A tela desliga, volta num suspiro abstrato, momentâneo. Jogado ao chão, o corpo da tv desfalece. Mais que uma raiva anti-máquinas, aquela mulher de 53 anos nos surpreende com um ataque ao glamour da tecnologia. Somos cercados de tecnologia capeganda, que nos abandona depois de um dia de trabalho, deletando arquivos importantes que não salvamos na nuvem; ou a mesma porcaria que nos deixa no meio da rodovia, desamparados, com um capô aberto, ou congelados, no meio de uma apresentação de trabalho na aula remota.
Após a performance, ajeitaram o local para um novo trabalho, retiram o corpo morto, varreram o chão e tudo seguiu normalmente.
Essa performance aconteceu em 2015. Em 2017 me tornei professora substituta na UFES, a federal onde minha mãe estuda. Na disciplina de Arte Contemporânea, ouvi umas histórias de uma tal senhora que desceu o cacete numa televisão. A pergunta era sempre a mesma
— Mas era daquelas velhas?
— A senhora era um pouco, mas a tv era novinha, daquelas grandes e caras.
O impacto não seria o mesmo se o performer fosse um jovem. Seria uma ação de rebeldia, vandalismo ou ativismo, interpretações comuns para aqueles a que se destina a contestação do mundo. Como aquela mulher sabia ligar uma motosserra? Onde ela conseguiu uma motosserra? A destreza e confiança em cortar um banquinho que foge da máquina, a tensão de um possível acidente, a vontade silenciada de dizer “senhora, cuidado, senhora!”, diz de um mundo negado, onde mulheres usam furadeiras para consertar a casa, motosserra para cortar a lenha do fogão da roça e, depois, usam a mesma ferramenta para produzir arte.
Será que ela teria gostado de performance se a filha não fosse artista e professora, será que ela teria gostado de performance se ela não se percebesse como uma mulher curiosa e crítica com suas experimentações?
Quebrar expectativas é realmente muito difícil, ainda mais quando se trata de uma expectativa de papel social.
Velho produz arte velha, que a poeira tornou artesanato. Ninguém verbaliza isso diretamente, mas o gesto, o corpo, a educação praticada dizem isso de uma forma violenta. A educação para a terceira e quarta idade articula o que há de pior de jogos de poder e violência.
E se há poder e violência envolvidos, eles serão mediados, também, por questões de gênero. Também seria por questões de raça, mas são raríssimas as pessoas negras ou indígenas da terceira idade que estudam artes.
Lá, naquela minha sala de graduação, passamos pelas mesas das senhoras, vamos para a próxima mesa: Pio, senhor branco de cabelos grisalhos, com 60 e tantos anos.
— Cara, que bacana isso aí. Como que você começou a fazer interferências em fotografias? Muito interessante você unir desenho e fotografia. Já pensou em jogar cera sobre isso aí? Continua assim que logo você vai expor em galerias, essa produção tem muito potencial.
Corre que dá tempo. A esperança do professor era clara: investir o máximo na criação daquele artista, porque a sua idade era um chamariz exótico para os galeristas. Começou a estudar na velhice e alçou voo rapidamente para a fama, apoiado por seu querido professor que sempre acreditou em seu potencial. Esse discurso transparecia nos olhos do professor, que se dirigia, com desânimo, para a próxima mesa, de mais um jovem que acha que já é artista, pois desenha desde criança.
Todo o tempo investido daquele professor ainda poderá não ser suficiente para formar este idoso em um artista reconhecido, porque mesmo sendo um homem branco, mesmo que o professor lhe dê contatos, que convença a todos de que ele é peça exótica, ele precisa lutar contra seu status de idoso que o deprime e o faz se sentir inútil socialmente.
Associar arte com avançada idade é muito incomum para artistas iniciantes. Criamos uma terrível imagem de estagnação para a velhice. Não temos sequer uma palavra adequada para a velhice, que não seja sinônimo de “senilidade, antiguidade”. Procure num dicionário o que quer dizer envelhecer. Murchar, definhar, caducar, acabar. Essa maldita linha reta do tempo que criamos para ordenar fatos quando fatos eram pensados como causa e consequência, nos fez sair da infância em uma corrida para o fim. Imediatistas que somos, puxamos esse fim para muito antes do ponto final. Nem chegamos na metade do livro, quando acumulamos os causos para contar, e já estamos inúteis, mortos, acabados, caducos. Lemos o livro da vida pela metade. Nos encantamos e rimos da infância, até certo ponto. Pulamos algumas páginas porque queremos saber mesmo é da juventude. Como foi sair e beber, como foi começar a faculdade, como foi encontrar um grande amor, como foi conquistar seu sucesso profissional. Todas as palavras clichês que frustram e sobrecarregam a juventude são aguardadas ansiosamente. Depois de lidas, a gente deixa esse livro da vida de lado, porque acha que acabou.
Tudo o que associamos à ideia de juventude torna-se um problema para a velhice. Arte, criatividade, o novo, o sexo, a paquera, o corpo. São problemas não porque o corpo velho não consegue necessariamente executar uma ação, mas porque tem seu ritmo próprio e sua vontade própria, que lhe é negada.
O corpo que envelhece é tão silenciado que acompanhamos o sofrimento da jovem que ganha uma ruga e da velha que precisa da ajuda para tomar banho. Valorizamos o corpo por aquilo que ele consegue fazer de forma independente. Pedir ajuda é humilhar-se, ao invés de receber o carinho de quem ama para junto poder compartilhar do cuidado do corpo.
Se eu dissesse para meu avô que queremos levar minha avó para uma casa de repouso, para um lar de idosos, ele entenderá que desistimos da minha avó e a estamos abandonando, ao invés de compreender que estamos buscando ajuda profissional, acompanhamento médico e melhor qualidade de vida. Eles fogem do médico, fogem do diálogo, fogem de qualquer aproximação, porque fomos educados a acreditar que envelhecer é se tornar dependente e inútil.
Como diz Ailton Krenak, a vida não é útil. Nós, definitivamente, não aprendemos a envelhecer. E quando envelhecemos, negamos nosso próprio corpo, sofremos mais que a dor física, entramos em depressão e chegamos até a dizer, como minha avó disse uma vez: Já fiz tudo o que tinha que fazer, já tô na hora de morrer. Isso ela disse há quase 20 anos.
Lemos o tal livro da vida guiados por um manual capitalista. Quanto mais sua história se afasta do sistema produtivo, mais inútil ela é encarada, socialmente. E internalizamos esse discurso contra nós mesmos. Crianças e idosos são excluídos por não gerarem renda, por não se incluírem na máquina, a não ser como consumidores. Mesmo assim, quem consome nem sempre é a criança ou o idoso, são os familiares, que compram os produtos. Por isso, por exemplo, no mercado editorial de livros infantis, se fala de dupla audiência. É preciso encantar uma criança e, ao mesmo tempo, seduzir o bolso dos adultos.
Essa não é a primeira vez que trago para o NPC questões relacionadas à velhice, porque meu contato com a velhice vai muito além do Alzheimer de minha avó, os túmulos lavados pelo meu avô; vai muito além do seio familiar.
Há umas semanas, conversei com 4 jovens entre 20 e 35 anos, sobre a reforma do ensino médio. Ficaram abismados com as mudanças no ensino, não tinham a menor ideia do que estava acontecendo. Um biólogo e um veterinário, uma design têxtil e uma estudante de artes – o que eles teriam a ver com o ensino médio? É a mesma pergunta que se faz quando se fala sobre a discriminação social da infância ou da velhice. O que eu tenho a ver com isso?
Para além da obviedade do egoísmo dessa afirmação, está a interrelação que existe entre os atores sociais. Viver em sociedade significa que cada ação afeta a todos de alguma forma. Aquele adolescente, fruto de um novo ensino médio tecnicista, será o médico que não olhará para a sua cara durante a consulta, será o artista frustrado pelo contínuo sucateamento do campo cultural, será o programador que pouco se importará com um algoritmo racista, afinal, na sua grade do ensino médio, havia pouco espaço para discussão crítica e, muito possivelmente, será filho de uma leva que acredita que o holocausto não existiu e que vacinas são armas com chips. Não chegamos até aqui à toa.
Nossa base social é extremamente excludente, e todas essas relações complexas que abarcam os marginalizados do sistema produtivo, afetam também, diretamente, o campo artístico e a educação. A atividade artística se torna um meio de julgamento e separação social. De um lado, coloca-se jovens, que precisam aprender, de outro, velhos, que só estão de passagem e ocupam espaço dos jovens.
Criamos, assim, um conflito, uma guerra que, como muitas outras, não se sabe nem pelo o que se está lutando. É a reprodução da violência contra o outro. O jovem reclama da sala de aula cheia de velharia e os idosos assumem a postura de sábio e agridem os jovens por sua imaturidade de vida. A verdade é que até mesmo a noção de maturidade nos foi forjada como elemento produtivo. Supere logo essa crise e volte a trabalhar! Parem de discutir porque isso não leva a nada, voltem a trabalhar. Se você não trabalha nem tem expectativas de trabalhar, fique quieto e pinte uma paisagem.
Como seria se, ao invés de solucionar o conflito com silenciamento, nós pudéssemos conversar, falar sobre os sentimentos? Sim, podem rir de mim. Ainda me pego nessas vontades de diálogo e, muitas vezes, como educadora, crio essas situações. Lidar com conflitos e abrir mão dessa herança que enquadra a velhice é um caminho muito difícil.
No último dia de aula, resolvi abrir uma conversa sobre o que a turma achou da disciplina e do andamento do curso. Era uma disciplina de História da Arte, que reuniu calouros super jovens, que acabaram de sair do ensino médio, e uma mulher adulta, chegando aos 50 anos. Por mais que a gente se esforce para mostrar que a sala de aula é um lugar seguro, é raro haver diálogo sincero.
Não sei de onde aquela mulher tirou tanta coragem para falar de seus sentimentos. Disse que não esperava que estudar com pessoas jovens fosse tão cheio de energia e, ao mesmo tempo, sufocante, porque, sempre que ela se aproximava, o brilho da juventude se apagava e eles paravam de sorrir. Eles não a percebiam como estudante de artes, mas como uma mãe, que chegou pra acabar com a festa. Ela disse se sentir sozinha, mas que ia persistir, porque, ainda era o primeiro semestre, e falou de suas expectativas, algo mais ou menos assim:
“Eu estou aqui para aprender, como vocês, sou chata e alegre, como vocês, e quero falar de performance, vídeo e instalação, como vocês. E sou muito grata por estar aqui, porque, morta eu não estou, e é bom demais poder ter um espaço que eu possa rir e falar bobagem, enquanto aprendo algo novo. Espero construir esse espaço no próximo semestre e que eu não os mate de tédio.”
Todos riram e alguns se emocionaram, porque não tinham percebido que estavam fugindo dela. Até conversar sobre, nem ela mesma tinha percebido o quanto aquele sentimento de solidão estava atrapalhando sua aprendizagem e convivência com os colegas. Ela queria conhecê-los; ela queria que eles a conhecessem.
Por isso, o corpo bagaçado de Seu Bianchi, que comentei no início da gravação, que estava agitado pela arte educação que o alcançou, não de forma exótica, não de forma exploratória, foi tão impactante. Não o encaramos como um velho emotivo, não o percebemos como um idoso que se despede e caminha para a morte, não o percebemos como nada além do que era, um estudante feliz.
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– [crítica] Hi! Tecnologia ou quem são vocês dentro da caixa;
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