Caderno de Anotações, p. 071, 22.12.2011 [e]

Apontamento I, p. 21

Meia noite…é o seqüestro da palavra e do ser. Um abandono repentino, um recolher-se. Não há equívocos. Não há escolhas das melhores palavras. A rasura é apenas a dúvida gramatical e não de definição. O gostoso do indeterminado e a sua não-definição.

Define-se, apenas, um desmaiar exausto de prazer e felicidade repentina. Um não querer desligar-se, não perder o tempo que, para nós, querido Dionísio, não passa arrastado. Brinca-se com a realidade. A padronização desnecessária e compulsiva busca palavras tolas para definir o que não precisa ser definido. O norteamento corre num só sentido. Cumplicidade transcendente.

………..

Uma longa pausa necessária para a ordem. Caminho e…agora escrevo no escuro, vendo apenas o contorno do que invade este espaço relacional. Percepção de um nosso mundo que se agrupa nestas linhas que nem sabem ao certo onde estão pela penumbra. As palavras tentam, insistem mas já não são suficientes para descrever toda a leveza e pulsar. Exibicionistas. Momento tipicamente atípico. Clichês tolos que invadem a mente e são varridos pela penumbra. As frases já não conseguem se ajeitar em minha mente. Só consigo pensar numa seqüência de reticências e palavras d’outrem…d’outrem? vem, vão borá (vambora) que o que você demora, é o que o tempo leva… Não, não preciso de outras palavras. Basta-me estar aqui, nesta corrente tumultuada, na observação insistente de cada respirar. Dentro dos parâmetros, uma liberdade impensável. Dentro, sempre dentro. É o segredo.

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