Apontamento I, p. 3, 28.11.2011
(por: constante revisão para uma permanência verossímil)
O deitar sob um céu branco retangular é a insistência numa dialética do improvável. Rola-se para a direita, para a esquerda, resmunga, cerra os olhos, mas o céu branco, pleno, vazio permanece intimidador à espera de uma resposta. A verdade incomoda e constrange. Sabes? Sim, sabemos. Tão óbvio quanto a qualquer olhar. Um amontoado de ações e adjetivos que sem uma adequada formatação nada dizem. Poderiam ao longo dos 07, depois 08 e agora quase 09 dias, amontoarem-se numa indeterminante todos os pormenores que se constroem num espaço de virtualidade. Sim, fogem a qualquer possibilidade não inerente, que vagam, apenas, pelo imenso retângulo branco. Tudo permuta para uma inferência indesejada.
Melhor definição: estética do plano quadrado perfeito.
A hermenêutica toma conta de um espaço inexplorado e inseguro. É a metafísica que insiste em procurar as gêneses. O estabelecimento de um discurso do indeterminado no phatos que se constrói nos (lá vai o avião, interrompendo novamente uma longa sentença) degraus de uma escada. Não há o que conhecer, reconhece-se um plano de teimosias e aglomerados. Explicar o que não se explica. Terminar o que não começa. Verbos e mais verbos. Coisas a fazer, planos… não se esqueça. Não pode atrapalhar-se.
E então… as reticências se amontoam sob o retângulo que já foge ao plano do quadrado perfeito. As palavras se unem tentando de modo monstruoso adquirir sentidos além do improvável, mas não conseguem formar frases legíveis além do constranger. Ler um livro? Não é necessário. As páginas e suas marcas já dizem tudo o que há a ser dito. Olhe! Olhe a última página!…. ele acaba…. Sim… Pra que lê-lo? Deixe-o intacto. Com sua linda capa, palavras tolas e esbarrões.