24.11.2012
O ponto através do qual não posso passar constitui meu limite. Se fosse simplesmente não poder ultrapassá-lo o rompimento da realidade seria assustadoramente pleno. Acontece que sempre já ultrapassamos a linha e ainda estaremos por ultrapassá-la constantemente encerrados na própria linha em relação ao outro. ELA estabelece uma base fingidamente tímida da consciência espacial do hábito com essa fronteira.
Essa linha é mesmo uma presença perseguidora como objetivo, pois desloca e guia. Coloca o observador de fora enquanto o circunscreve. Da terra, no único ato possível que é o de olhar, somos postos à margem dessa sequência de pontos supostamente ininterrupta e completa, fechada, embora prometa a liberdade. É que sua existência fundamenta a ideia de plus ultra. Trata-se da retificação de que há algo anterior à tentativa de negatividade, por mais impalpável que seja.
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