Fabiana Pedroni[1]
O presente artigo propõe o entrecruzamento dos conceitos de memoria e ornamenta a partir da materialidade do manuscrito conhecido como Beatus de Facundus, sobretudo no uso de ouro, da profusão de cores e do status do códice no reinado de Fernando I. Através da contextualização histórica e da descrição formal do manuscrito serão administrados os referidos conceitos numa abordagem que sublinhará a variedade de funções do ornamental. Desse modo, a análise do Beatus de Facundus constitui uma contribuição para a teoria mais recente do ornamento.
O Beatus de Facundus faz parte do conjunto de trinta e quatro cópias de um manuscrito do século VIII, o Commentarium in Apocalypsin, compilado por Beato, monge do Monastério de San Martín de Turieno, na comarca de Liébana (Cantábria).[2] Estas cópias não se originam diretamente do protótipo do século VIII e apesar de se tratarem, basicamente, da mesma obra, cada Beatus possui o seu próprio conjunto de textos e de imagens, estas por vezes com algumas similaridades iconográficas e estilísticas.
Diante das consideráveis diferenças textuais entre as cópias, afirma-se que nem toda a compilação do Commentarium in Apocalypsin é atribuída a Beato. A ele é atribuída a compilação e ordenação dos elementos essenciais da obra: o prefácio geral, dois prólogos, o texto do Apocalipse dividido em 12 livros e comentários a estes. Nos comentários, Beato inclui textos de Tyconio, Jerônimo, Agostinho, Ambrósio, Fulgêncio, Gregório e Apríngio, dentre outros autores. No Beatus de Facundus, assim como em outras cópias, somasse a este conjunto o Comentário de São Jerônimo ao Livro de Daniel, o breve tratado De adfinitatibus et gradibus, bem como imagens que não se encontram em todas as cópias.
No sentido de aproximá-las, no que dizem respeito ao conteúdo iconográfico e textual, alguns estudos propõem uma divisão dos Beati em duas famílias.[3] Pertencente à segunda família, o Beatus de Facundus possui uma série de características que o distingue de outras cópias, como a presença do Comentário de São Jerônimo ao Livro de Daniel, mas o que parece mais diferenciá-lo é a sua origem de encargo real, ao contrário dos outros Beati, de origem monástica. John Williams (1994), em seu estudo sobre os usos destes códices,[4] aponta que o patronato e a história destes manuscritos são essencialmente conventuais, baseando-se principalmente nas palavras de Beato no prefácio em que dedica a obra à edificação dos estudos dos irmãos.[5]
O Beatus de Facundus poderia ter servido a Fernando I como um objeto de devoção privada de uma maneira menos formal. Para Williams (1994, p.113), “Personal reading of the Commentary with the goal of spiritual enlightenment would be a practice specially suitable, indeed traditional, for the contemplative life”.[6] Não obstante, a encomenda real poderia ter sido destinada a comunidade religiosa que Fernando I servia. Na Idade Média eram frequentes a encomenda e doação de livros e outros objetos suntuosos a fundações reais. Segundo Sánchez Mariana (2006, p. 47), a existência desta prática o faz pensar que o Beatus de Facundus, mais que a uma biblioteca régia, estava destinado a ser entregue em doação a um monastério. Em documento de 1063, intitulado “Instrumenta. Ad insigne Sancti Isidori. Monasterium Legionense pertinentia“,[7] constam várias doações do monarca, principalmente à Colegiada de Santo Isidoro de Leão. Apesar de não ter existido um programa muito ambicioso na arquitetura, excetuando a referida Colegiata, Fernando I destacou-se em significativas doações de objetos luxuosos, que viriam a formar o Tesouro Real de Leão. Também empreendeu esforços para tornar a cidade de Leão em um dos maiores centros de mecenato artístico por onde passariam os peregrinos a caminho do santuário de Santiago de Compostela. Não apenas a cidade, mas as obras que nela se ostentavam, transformavam-se num símbolo de autoridade.[8]
Como parte de um tesouro real, o Beatus de Facundus assumia outros papeis além das funções teológica e litúrgica comuns a um Commentarium in Apocalypsin.[9] De acordo com o historiador francês Palazzo (1997, p. 116), depois das relíquias, os livros são os objetos de tesouro mais representativos da memoria. “A côté de tous ces livres destinés au culte, ‘utilitaires’, présents dans un monastère, ou plus généralement dans une église, les livres (surtout liturgiques) du trésor font figure de ‘reliques’ au sens où ils ont pas une fonction ‘pratique’ mais essentiellement ‘memoriale“.[10] Ou seja, a função de memória destes objetos luxuosos se sobressai a suas funções litúrgicas, sendo que a materialidade destes objetos conjugar-se-ia com os valores teológicos e políticos no desenvolvimento e perpetuação da memória espiritual de um lugar ou de uma pessoa.
Em 1047, o escriba Facundus nos deixou valiosas informações no último fólio do manuscrito que então finalizava por encomenda dos reis de Leão e Castela. No colofão, f.316, Facundus registrou a data do manuscrito, os comitentes e seu nome como copista:
Explicit explanatio Danie\lis prophete: Deo gratias | Facundus scripsit | Memoria eius sit semper | Sub era bis quadragies et V | post millesima | Regnante d[omi]no n[o]s[tr]o et gl[ori]oso | principe d[o]m[in]o Fredenando prolis | d[o]m[in]i Sanctioni. et coniunge sua | gloriosa d[o]m[in]a Sanctia regina | prolis Adefonsi principis. anno | regni sui fuit scriptum hoc liber”.(MARIANA, 2006, p. 49) [11]
Também no fólio 7r a palavra memoria aparece na dedicatória da obra.[12] Um labirinto formado por 35 linhas e 24 colunas, que resultam um total de 840 quadrados que contêm uma letra, apresenta no quadrante 12×12 a letra F da qual parte, nas quatro direções, o nome de Fernando, e no quadrante 29×12, a letra S de Sancha, de modo similar. Em meio aos elementos ornamentais (ouro, entrelaços, letra monumental, camafeus, dentre outros) pode-se ler, por exemplo: “Fredenandus rex Dei gra[tia] m[emo]r[i]a l[ibri]” e “Sancia regina m[emo]r[i]a libri” (MARIANA, 2006, p. 49). Segundo Yarza Luaces (2006, p. 92) a data de encomenda deste manuscrito luxuoso não era casual. Alfonso III encomendou a Cruz da Vitória em 908 para doá-la à igreja de São Salvador, em Oviedo, exatamente cem anos depois de Alfonso II ter doado a Cruz dos anjos como relíquia a esta mesma igreja. E em 1047 completavam-se dez anos desde que Fernando I fora coroado na catedral de Leão, após a morte de seu cunhado em campo de batalha. Seria este um objeto de comemoração à sua conquista, ao seu triunfo enquanto rei, sendo o Beatus um manuscrito apropriado à ocasião por conter a temática da vitória maior, a do bem contra o mal expressa no Apocalipse, bem como por já possuir um status como objeto luxuoso mediante a encomenda anterior de outras cópias. O Beatus de Facundus convertia-se em símbolo de celebração e memória do comprometimento de Fernando I, de origem navarra, com o reino de Leão.
Beatus de Facundus. Fólio 7r. Fonte: http://www.bne.es
Beatus de Facundus. Fólio 7r. Detalhes de elementos ornamentais. Fonte: http://www.bne.es
Seguia-se, assim, uma conveniência entre o status da obra e dos comitentes. Segundo Bonne (1996) há uma conveniência (decet) axiológica em que o caráter estético dos elementos ornamentais se adequaria ao valor suposto do objeto. Por exemplo, a coroa de um rei determina o status e poder de um rei, e para que ela o legitime como tal, a coroa deve conter elementos ornamentais decentes, convenientes (decet) a tal propósito. Logo, agrega-se ouro, pedras preciosas e formas decorativas que se adéquam a essa legitimação do poder e status.
Vale ressaltar que a ideia de decoração no medievo em muito se afasta de nossa concepção atual. A fórmula de Isidoro de Sevilha assim a define: “Decus ad animum refertur, decor ad corporis speciem” (BONNE, 1996, p. 218), ou seja, o decor é a beleza externa conferida a um objeto, relaciona-se à forma do corpo. E o decus constitui-se como o caráter de honra atribuído ao decor, que pode ser traduzido por beleza honorífica. Assim, o ato de embelezar, decor, conjuga-se com o decus para conferir valor e honra ao objeto.
A palavra ornamentum, que faz parte de um grande conjunto de palavras da família do orno, ornare, possui uma grande gama de sentidos, e dentre eles destacamos seu significado como objeto precioso e insígnia de poder.[13]
Segundo Palazzo (1997, p. 100)
Dans le trésor est conservé tout ce qui a été offert à l’Église pour l’honneur de la maison de Dieu, tout ce qui sert à l’orner et à y célébrer dignement le culte: ‘Ut thesaurus, sive ministerium vel ornamentum ecclesiarum, fideliter devotioni eorum, qui haec vel ad honorem domus dei, vel ad sustentationem familiae ecciesiasticae, si necessitas egerit, obtulerunt, custodiatur‘, rappelle un canon du concile de Valence en 855.
A divisão dos objetos do tesouro em duas categorias, ministeria e ornamentum, prevaleceu em época anterior a carolíngia. Depois deste período a distinção tornou-se mais tênue e os objetos passaram a servir tanto ao culto, ministeria, quanto como elemento de decoração durante as celebrações, ornamentum (pinturas, esculturas, cortinas, mobiliário litúrgico, relicários, etc.), que implica uma conotação estética. Tem-se, dessa maneira, na ornamenta ecclesiae todos os bens preciosos que compõem um “tesouro” e são a riqueza de uma igreja (e em extensão também aos equivalentes laicos) – o plural ornamenta sublinha o valor que se adere a sua acumulação.
Como tesouro real, o Beatus de Facundus assume a união entre ministeria e ornamentum através de sua riqueza material. A natureza dos materiais empregados no tesouro real tem lugar fundamental no valor estético, e mesmo teológico e político do objeto em questão. Neste sentido o Beatus de Facundus distancia-se dos demais. O uso abundante de ouro como em nenhum outro, os detalhes na profusão e diversidade de cores e na feitura minuciosa dos entrelaços, são algumas das características deste códice que o definem como um encargo à altura da realeza de Leão e Castela. Sobre esse Beatus, afirma Yarza Luaces (2006, p.77) “[…] sin duda sería una obra de prestigio que enlazaba con el deseo de ofrecer una imagen leonesa a sus súbditos y a su iglesia”
Assim, pode-se observar a conveniência do Beatus como um ornamentum e objeto de memoria através da materialidade do objeto. Aqui nos baseamos na imagem do fólio 7r, a dedicatória da obra aos comitentes.
Elementos ornamentais como o ouro, o tom púrpura ao fundo, os camafeus e o detalhamento dos entrelaços criam um diálogo com os reis que se fazem presentes por meio da dedicatória. E esse diálogo reforça o poder, associado à ideia de realeza.[14] Podemos notar uma grande distância sobre el tratamento ornamental entre este encargo real e uma cópia monástica.
Beatus de Magio. Fólio 1.
Os elementos ornamentais inserem-se nesta miniatura, mas não de modo exclusivo, exercendo algumas funcionalidades, como a simbólica (cor púrpura e camafeus como símbolos imperiais) e a função de celebrar e honrar a imagem (como o uso de ouro, entrelaços e os demais ornamentos). Estes elementos ornamentais participam intrinsecamente na construção da imagem, não se reduzem a um repertório de motivos que apenas se justapõem à imagem sem dela fazerem parte, como elementos acessórios à composição. O entrelaço em ouro presente na imagem do fólio 7r é marca plástica, cromática e estética, devido às suas propriedades materiais e sensíveis, que se aplica como uma possibilidade de honrar, embelezar e de organizar as letras que o compõem.[15] Assim como as cores, para os homens medievais o ouro é matéria e luz, e ainda possui um status particular ao participar da simbologia dos metais, sendo calor, peso e densidade.[16] O ouro assume função artística, estética, bem como litúrgica e política, uma vez que permite à Igreja ou ao seu detentor afirmar seu poder, sua autoridade. Não apenas o ouro, como outros elementos ornamentais indicam para a mudança do status da imagem e dos detentores. Como afirma Jean-Claude Bonne (1996, p.221), “Par conséquent, le décor ornemental (ou non) peut régulièrement faire fonction d’emblème du statut, de la position ou du prestige de son détenteur et de l’identité sociale des dépendants matériels ou spirituels de celui-ci”. [17] Os ornamentos legitimam o Beatus de Facundus como tesouro real e o afirmam como objeto de memória.
Referências
BONNE, Jean-Claude. De l’ornemental dans l’art médiéval (VIIè – XIIè siècle): Le modele insulaire. In: SCHMITT, Jean-Claude; BASCHET, Jérôme (orgs). L’image: Fonctions et usages des images dans l’Occident médiéval. Paris: Le Léopard d’Or, 1996. p. 207-249.
ESCOLAR, Hipólito (org). Los manuscritos: historia ilustrada del libro español. Madrid: Fundación Germán Sánchez Ruipérez, 1996
HERNÁNDEZ, A. Del Campo. Introdução. In: González Echegaray, Joaquín (ed). Beato de Liébana: Obras completas y complementarias. Madrid, Biblioteca de Autores Cristianos, 2004, p. 05-26.
MARIANA, Manuel Sánchez. La tradición de los Beatos y el “Beato de Fernando I y Sancha”. In: WILLIAMS, John et al. Beato de Fernando I y Sancha. Barcelona: M. Moleiro, 2006. pp.31-58.
MORALES, Ambrosio de. Los cinco libros postreros de la Crónica general de España. Córdoba: 1586, ff. 43-47.
Novum Glossarium Mediae Latinitatis. Copenhague: Munksgaard, fascículo Ordior-Oz,1983. Disponível em: < http://www.glossaria.eu/ngml/>. Acesso em: 15 jun 2014.
PÄCHT, Otto. La miniatura medieval: una introducción. Madrid: Alianza Editorial, 1987.
PALAZZO, Éric. Le livre dans les trésors du Moyen Âge. Contribution à l’histoire de la Memoria médiévale. In: Annales. Histoire, Sciences Sociales. 52e année, N. 1, 1997. pp. 93-118.
RISCO, Manuel. España Sagrada. XXXVI, (Madrid, 1787), pp. CLXXXVIII-CXCII. Disponível em: <http://bibliotecadigital.jcyl.es/i18n/consulta/registro.cmd?id=4608>. Acesso em: 03 jun 2014.
YARZA LUACES, Joaquín. La ilustración del ‘Beato de Fernando I y Sancha’. In: WILLIAMS, John et al. Beato de Fernando I y Sancha. Barcelona: M. Moleiro, 2006. p.59-90.
_______. Las miniaturas. In: WILLIAMS, John et al. Beato de Fernando I y Sancha. Barcelona: M. Moleiro, 2006. pp.91-300.
WILLIAMS, John. Chapter II: The Beatus Text. In: ______. The illustrated Beatus: a corpus of the illustrations of the Commentary on the Apocalypse. London: Harvey Miller, 1994-2003. vol.1, pp.19-30.
[1] Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo. E-mail: fabianapedroni@yahoo.com.br
[2] De acordo com um levantamento de 1985, o total de cópias cuja existência pode se comprovar chega a trinta e quatro manuscritos, datados do final do século IX ao século XIII, dentre os quais vinte e três encontram-se conservados e os restantes, incluindo o próprio protótipo, perdidos. Sobre as cópias cf. ESCOLAR, Hipólito (org). Los manuscritos: historia ilustrada del libro español. Madrid: Fundación Germán Sánchez Ruipérez, 1996. p. 102.; WILLIAMS, John. The illustrated Beatus: a corpus of the illustrations of the Commentary on the Apocalypse. London: Harvey Miller, 1994-2003. Vol.1.
[3] John Williams aborda os estudos de Neuss e Klein e aponta para novas classificações dos Beati em: WILLIAMS, John. Chapter II: The Beatus Text. In: ______. The illustrated Beatus: a corpus of the illustrations of the Commentary on the Apocalypse. London: Harvey Miller, 1994-2003. vol.1, pp.19-30.
[4] WILLIAMS, John. The uses of the Commentary and its imagery. In: ______. The illustrated Beatus: a corpus of the illustrations of the Commentary on the Apocalypse. London: Harvey Miller, 1994, vol.1, pp.103-142.
[5] HERNÁNDEZ, A. Del Campo. Introdução. In: González Echegaray, Joaquín (ed). Beato de Liébana: Obras completas y complementarias. Madrid, Biblioteca de Autores Cristianos, 2004, p. 05-26.
[6] “A leitura pessoal do Comentário com o objetivo de iluminação espiritual seria uma prática especialmente apropriada, de fato tradicional, para a vida contemplativa” (tradução nossa). A leitura do Beatus pode muito bem ter se concentrado na época da Páscoa até Pentecostes, como previa o Cânone XVII do IV Concílio de Toledo, 633, a leitura do livro do Apocalipse durante este período, mesmo antes da aprovação oficial do rito romano no final do século XI.
[7] RISCO, Manuel. España Sagrada. XXXVI, (Madrid, 1787), pp. CLXXXVIII-CXCII. Disponível em: <http://bibliotecadigital.jcyl.es/i18n/consulta/registro.cmd?id=4608>. Acesso em: 03 jun 2014.
[8] Dentre as doações que compõem o Tesouro Real de Leão, encontra-se, por exemplo, o Crucifixo de Fernando I e Sancha, a Arca das bem-aventuranças e a Arca das relíquias de Santo Isidoro, bem como a encomenda de alguns manuscritos: um Diurnal, o Liber Canticorum et Horarum, uma cópia das Etimologias e o Beatus de Facundus.
[9] Além do Cânone XVII do IV Concílio de Toledo, 633, outros cânones conciliares da época visigoda, que ainda estavam em plena vigência na Alta Idade Média, também incluíam a leitura do Apocalipse na liturgia hispânica.
[10] “Ao lado de todos esses livros destinados ao culto, ‘utilitários’, presentes em um monastério, ou, mais geralmente em uma igreja, os livros (especialmente litúrgicos) do tesouro fazem figura de ‘relíquias’ no sentido de que eles não têm uma função ‘prática’, mas essencialmente ‘memorial” (tradução nossa).
[11] A importância deste último fólio, assim como da cópia como um todo, é evidenciada por dois acréscimos posteriores na obra. Em 15 de setembro de 1879, Dom Francisco Assencio y Mejorada somou uma cópia fac-similar do colofão ao final do códice e acrescentou: “Esta subscripción es copiada de la que tiene este códice al fin en el pergamino pegado à la tabla ultima. Se ha traslado aquí por estar ya algo carcomida del tiempo, e importar mucho su conservación por ser el Códice más antiguo que hay en esta Real biblioteca. Copio la al vivo como se ve.”. O outro acréscimo aparece no fólio 30: uma inscrição de Ambrosio de Morales de julho de 1572, quando este encontrou o manuscrito na biblioteca de San Isidoro. Morales escreveu na margem inferior sua impressão da obra e observou que faltava o nome do autor, que viria a confirmar após encontrar o Beatus de Valcavado (MORALES, Ambrosio de. Los cinco libros postreros de la Crónica general de España. Córdoba: 1586, ff. 43-47).
[12] Cf. artigo memoria in: Novum Glossarium Mediae Latinitatis. Copenhague: Munksgaard, fascículo Meabilis-Miles, 1983. Disponível em: < http://www.glossaria.eu/ngml/>. Acesso em: 15 jun 2014.
[13] Cf. artigo ornamentum in: Novum Glossarium Mediae Latinitatis. Copenhague: Munksgaard, fascículo Ordior-Oz,1983. Disponível em: < http://www.glossaria.eu/ngml/>. Acesso em: 15 jun 2014.
[14] “[…] tales laberintos con exlibris fueron frecuentes solo en los códices hispanos, y no se hicieron en Centroeuropa, pero la decoración de éste sobrepasa todo lo que se encuentra en otras combinaciones de letras similares, no solo por la riqueza ya la habilidad en el empleo de los tonos del oro y colores para producir el efecto de ajedrezado del fondo, sino por la utilización de camafeos figurados en el encuadramiento, que parece recordar los símbolos imperiales centroeuropeos”. (MARIANA, 2006, p. 47)
[15] Sobre o que chama Bonne por opération du marquage, cf. BONNE, 1996. p. 215.
[16] Posteriormente, Otto Pächt (1987, p.140-141) versa sobre o valor ornamental do ouro: “A causa de su sustancia metálica, el oro es el único de los colores que tiene una connotación de materialidad con características objetivas intrínsecas; su calidad de metal precioso le otorga un extraordinario valor ornamental, es ornamento por mera presencia, incluso sin ningún tipo de articulación decorativa.”
[17] “Por conseguinte, a decoração ornamental (ou não) pode regularmente exercer função de emblema do status, da posição ou do prestígio de seu detentor e da identidade social dos seus dependentes materiais ou espirituais.” (Tradução nossa).
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